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sábado, 12 de agosto de 2017

Eles são a "Máquina Mortífera: Martin Riggs e Sgt. Murtaugh - Concepção & Resenha Cinéfila Máquina Mortífera 01

Voltando a destacar novamente uma dupla de personagens inesquecíveis nessa coluna, dessa vez os escolhidos são dois dos mais famosos policiais do cinema.O primeiro é um veterano oficial, um tranquilo e dedicado pai de família, que sonha em largar a carreira e se aposentar.O outro é um paranoico transloucado,que numa ironia do destino, é designado a formar uma parceria com o profissional de personalidade oposta. Os personagens surgiram justamente nos anos 80, que pessoalmente eu considero como uma das décadas mais prósperas em termos de personagens e produções inesquecíveis. A química entre esses dois foi imediata e o carisma junto aos fãs de cinema não se compara. Eles estrelaram uma das séries mais famosas das telonas, tornaram-se ícones absolutos,e são adorados e cultuados pelos fãs até hoje.

A escolha para esses personagens ilustrarem essa coluna, é porque esse ano se completam 30 anos de sua primeira aparição nas telonas, então, nada mais justo que prestar essa homenagem. Nessa primeira postagem,faremos uma apresentação da concepção dos mesmos e traremos a resenha do filme que abriu a franquia.

Com prazer é que destacamos nesse mês, os inesquecíveis Martin Riggs e o Sargento Murtaugh, da franquia Máquina Mortífera.




Essa dupla querida foi criada nos anos 80, pelo roteirista estreante Shane Black. Recém-formado na Ucla, o jovem,então com pouco mais de 20 anos,concebeu a ideia de uma trama policial que tinha em seu centro, dois policiais de personalidades totalmente opostas.


Foi assim que ficamos conhecendo o Sargento Murtough.Oficial-detetive da força policial de Los Angeles, Murtaugh é um policial veterano, pai e chefe de família, totalmente dedicado a esposa e filhos. Com a idade se aproximando, ele sonha com a sua aposentadoria, saindo de vez da ativa. Na contramão, entra em cena,o policial Martin Riggs. Ex-veterano da guerra do Vietnan, ele fez carreira na policia, mas seus métodos ortodoxos de lidar com os criminosos,seu comportamento agressivo e instável, fazem dele uma bomba-relógio. Para piorar a situação, sua esposa aparentemente faleceu num acidente de carro, transtornando ainda mais sua personalidade. Pois bem, é justamente esse sujeito que é escalado para ser o novo parceiro do Sgt. Murtaugh.

Shane Black não teve muito esforço em conceber a história dos dois policiais que,no decorrer da trama,desenvolvem uma relação turbulenta, depois passam a se respeitar, tornando-se grandes amigos,tendo por pano de fundo um esquema de contrabando de drogas que eles precisam desbaratar. O relacionamento entre os dois é é o elemento principal da trama, tendo influenciado vários filmes de ação posteriores, e, para muitos, criando um novo subgênero de filme de ação, o buddy cop, no qual dois policiais parceiros, muitas vezes de temperamentos opostos, são os heróis. Concluído o roteiro, Black foi em busca de um produtor e um estúdio que se interessasse em bancar a produção. Seu agente conseguiu entregar o roteiro ao produtor Joel Silver, na época um dos principais produtores do gênero da ação, responsável pelos filmes: Comando Para Matar, Duro de Matar, O Predador entre outros futuros sucessos,como a série Matrix. Silver adorou, e o encaminhou à Warner Bros., que, após algum polimento, o aprovou para filmagem.

O estúdio convidou Leonard Nimoy para dirigir, mas, como ele estava envolvido com Três Solteirões e um Bebê, e ainda se achava meio verde para dirigir um filme de ação, recusou a oferta. Entrou em cena, o badalado Richard Donner, cujo currículo constavam obras como: Superman-O Filme, A Sétima Profecia e Os Goonies. Richard também se interessou pela história e decidiu que além de dirigir, iria produzir o filme junto com o Silver.

A pré-produção teve início, e o próximo passo seria escolher os atores que dariam vida a dupla protagonista. O primeiro escolhido foi o ator Danny Glover. Para o papel de Riggs, porém, o estúdio pensou primeiro em Bruce Willis, e acabou fechando com Mel Gibson por sugestão da diretora de elenco Marion Dougherty. A escolha acabou se mostrando acertada, pois ambos tiveram uma química perfeita, e, segundo Donner, encontraram risos e lágrimas em pontos do roteiro onde estes nem estavam inicialmente previstos. O projeto recebeu o título de Lethal Weaphon, aqui traduzido como Máquina Mortífera. O filme foi um enorme sucesso de bilheteria, abrindo assim o caminho para mais 3 filmes,que posteriormente,consagrariam a carismática dupla de vez na história dos maiores personagens do cinema.

O primeiro filme

Máquina Mortífera - Lethal Weapon
Pais - Estados Unidos
Ano - 1987
Duração - 110 min 
Direção - Richard Donner
Roteiro - Shane Black
Gênero - Ação, Policial
Edição -  Stuart Baird
Distribuição - Warner Bros. Pictures
Lançamentos:
Estados Unidos 6 de Março de 1987
Brasil 28 de Maio de 1987
Portugal 7 de Agosto de 1987
Idioma - Inglês

Martin Riggs - Mel Gibson
Roger Murtaugh - Danny Glover
Senhor Joshua - Gary Busey
General Peter McAllister - Mitch Ryan
Michael Hunsaker - Tom Atkins
Trish Murtaugh - Darlene Love
Rianne Murtaugh - Traci Wolfe
Dra. Stephanie Woods - Mary Ellen Trainor
Capitão Ed Murphy - Steve Kahan
McCleary - Michael Shaner
Sargento McCaskey - Jack Thibeau
Nick Murtaugh - Damon Hines
Carrie Murtaugh - Ebonie Smith

A trama do filme se inicia com o Sgt. Murtaugh investigando um aparente caso de suicídio: uma jovem se jogara de um prédio e o oficial é designado para acompanhar o caso. No decorrer,ele acaba sendo informado que terá um novo parceiro, Martin Riggs, recém-chegado da divisão de narcóticos. O contraste entre as personalidades é imediato, principalmente quando Murtaugh descobre as intenções suicidas do novo colega. Entretanto,as investigações levam o sargento a descobrir que a garota é filha de um velho amigo seu, o que de certa forma, torna o caso um tanto pessoal. E quando sai o laudo legista, o mesmo indica que a jovem ingeriu barbitúricos com solda caustica, o que indica uma possível tentativa de homicídio. No andar  da trama, a relação entre Riggs e Murtaugh vai amadurecendo, e logo eles se tornam grande amigos.

Murtaugh começa a investigar o crime imaginando estar fazendo um favor ao amigo, descobrindo para ele como sua filha se envolveu no mundo das drogas e prostituição, mas ele e Riggs, como sempre, acabam se deparando com um esquema bem maior, que envolve tráfico de heroína, lavagem de dinheiro e um general da reserva, Peter McAllister, cujo capanga, Mr. Joshua (Gary Busey), logo se torna inimigo mortal de Riggs.

A primeira aparição da dupla Riggs/Murtaugh se deu na metade dos anos 80.Nesse filme, os fãs foram apresentados a uma das parcerias mais impagáveis já vistas no cinema.Como já adiantado a respeito da personalidade dos dois, Murtaugh é um pai de família, negro, com recém-completados 50 anos, e que de certa forma está deprimido por estar se sentindo velho. Riggs é mais jovem, ex-soldado das Forças Especiais, viúvo, jamais se conformou com a morte da esposa, e, desde então, apresenta um comportamento suicida no cumprimento do dever. Murtaugh é mais contido como policial enquanto seu parceiro é explosivo e inconsequente,uma verdadeira "máquina mortífera", como o parceiro o define assim que o conhece.


Máquina Mortífera não foi um marco apenas para Gibson e Glover: Gary Busey, que interpreta o rival de Riggs, foi escolhido durante um teste, algo que não precisava fazer há anos, e credita o filme como responsável por reavivar sua carreira, que se encontrava na descendente. Como também já adiantado, Richard Donner uniu-se ao projeto, tanto como diretor como um dos produtores. O veterano cineasta foi fundamental para o sucesso dessa obra, pois soube como extrair o melhor de seu elenco, além de desenvolver o atraente roteiro do Black e explorar como ninguém as sequências de ação.

Ao todo, as filmagens consumiram apenas quatro dias. A sequência mais complicada foi a da luta final entre Riggs e Joshua, que Donner queria fazer o mais impressionante possível, mostrando na tela uma arte marcial jamais explorada. A solução foi inventar uma nova, misturando elementos de capoeira, jailhouse rock (estilo usado por presidiários dos Estados Unidos) e jiu-jitsu, com a consultoria de vários especialistas, dentre eles o brasileiro Rorion Grace. O filme contaria ainda com uma tragédia, a morte do famoso dublê Dar Robinson, durante um acidente de moto. Donner dedicaria o filme a ele.

Provavelmente o ponto fraco sejam os vilões, todos caricatos além da conta. A trama criminosa também carece de um melhor desenvolvimento, e na verdade,ela é deixada de lado para desenvolver e focar melhor nos protagonistas,que são bem trabalhados. O roteiro e a direção privilegiam a dinâmica do relacionamento entre Gibson e Glover, e realmente eles dão um show e conquistam sem muito esforço o espectador. Entretanto, para o que se destina, os vilões cumprem sua finalidade.O personagem do Busey por exemplo,embora antagonize pouco tempo de cena com o do Mel Gibson, tornou-se memorável. Também vale destacar o elenco coadjuvante, totalmente carismático e com uma afinidade sem igual entre eles.

A mistura de ação e comédia do roteiro - embora esse primeiro filme tenha muito mais ação que comédia - também é citada como uma das principais causas de seu sucesso, e também acabaria copiada por vários filmes de ação do final da década de 80 e início da de 90. Parte da trilha sonora foi concebida pelo intérprete e instrumentista Eric Clapton em parceria com o conhecido e finado Michael Kamen.De fato, Máquina Mortífera e Duro de Matar, lançado no ano seguinte, são creditados por muitos críticos como responsáveis por revolucionar o cinema de ação, trazendo novos elementos às tramas. Mel Gibson entraria com esse filme,no grupo seleto dos maiores atores de ação, ao lado de nomes como Schwarzenegger, Stallone e Bruce Willis, rótulo que o acompanha até hoje.

Além de um grande sucesso de crítica, Máquina Mortífera foi um grande sucesso de bilheteria, estreando na primeira posição da lista dos mais assistidos e lá permanecendo por três semanas.Sua bilheteria total nos Estados Unidos foi de 120 milhões de dólares, quase dez vezes mais os 15 milhões que o filme custou.Até hoje,é uma obra extremamente cultuada pelos fãs de cinema.O enorme sucesso abriria caminho para mais 3 sequências.


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